domingo, 6 de janeiro de 2019

JOHAN CRUYFF

CRUYFF
Nome: Johannes Cruyff
Data de Nascimento: 25/04/1947
Cidade: Amsterdã
País: Holanda
Posição: Todas, menos o gol.
Clubes que jogou: Ajax-HOL (1964 a 1973), Barcelona-ESP (1973 a 1978), Los Angeles Aztecs-EUA (1979), Washington Diplomats-EUA (1980), Levante-ESP (1981), Ajax-HOL (1981 a 1983) e Feyenoord-HOL (1983 a 1984).
Jogos pela Seleção: 48
Gols pela Seleção: 33


TÍTULOS
Campeão Holandês: (1966, 1967, 1968, 1970. 1972, 1973 e 1983);
Campeão da Copa da Holanda: (1967, 1968, 1970, 1972, 1973 e 1983);
Campeão da Copa do Campeões: (1971, 1972 e 1973);
Campeão da Supercopa Européia: (1972, 1973 pelo Ajax e 1984 pelo Feyenoord);
Campeão Espanhol: (1974)
Campeão da Copa do Rei: (1978) pelo Barcelona.

14 era a camisa que Cruff usava num dia em que fez dois gols. Não a largou mais.

O AGENTE LARANJA DOS GRAMADOS

Ninguém mudou tanto a forma de jogar futebol como Cruyff. O homem que transformou a então modesta Holanda numa potência mundial.
*Por Ronaldo Nunes*

     O futebol teve muitos craques em sua história e todos deram alguma contribuição ao esporte. Mas nenhum representou tanto uma mudança na forma de conceber o futebol.
     O Talento despertou cedo. A mãe o colocou para jogar no Ajax de Amsterdã aos 13 anos. Aos 16, já assinava seu primeiro contrato profissional. No jogo de estreia entre os adultos, fez um gol e não saiu mais do time. Aos 19, debutava na Seleção num jogo contra a Hungria, fazendo o gol de empate holandês aos 48 minutos do segundo tempo.
     Que época melhor para uma revolução no futebol do que o final dos loucos anos 60? Cruyff era um revolucionário, um homem que não acreditava no futebol de funções específicas, o único que se conhecia até então. Ele tinha fome de jogo, queria mais do que no centro do ataque esperando a bola chegar. Ia lá atrás, queria marcar o adversário e tirar-lhe a bola... uma loucura! Mas tinha todas as condições de fazer isso: sabia marcar, tinha um fôlego invejável, era exímio no controle de bola em velocidade. Aliás, velocidade é a palavra chave. Num instante ele alterava o ritmo, cortava para um lado ou para outro, passava a bola e já estava lá na frente para receber. Veloz de chutes longos e certeiros, giros em pequenos espaços. Rápido. driblava com facilidade, sempre para a frente. Ligeiro. Conseguia chegar à área adversária para mostrar que era bom cabeceador e artilheiro.
     Com um jogador assim, os colegas de time tiveram de começar eles mesmos a se mexer. Senão, Cruyff mesmo tomava uma atitude. Ninguém via o jogo como ele, Não pensava duas vezes em orientar os companheiros. Coube a Rinus Michels, técnico do Ajax, fazer com que todos começassem a entrar no espírito, exercendo varias funções em rodízio dentro de campo. Essa tática revolucionária transformou o time holandês no maior da Europa e, quando transposta para a Seleção, transformou o mundo do futebol. Estava criado o Carrossel Holandês.
     Em 1973, Cruyff deixou o Ajax para jogar no Barcelona na mais cara negociação da história até então. Pagou o investimento sendo o melhor jogador do Campeonato Espanhol de 1974, que teve o time catalão como campeão, colocando fim em um jejum de 14 anos. No mesmo ano levou a Seleção à Copa do Mundo, depois de 20 anos de ausência e terminou vice-campeão mundial. Ganhou a Bola de Ouro de melhor jogador da Europa em 1971, repetiu a feito em 1973 e 1974, ficando em terceiro lugar em 1975. Foi o esportista da Holanda em 1971, 1973 e 1974.
     Mas o capitão holandês tinha um gênio difícil. "Nunca na minha vida aceitei uma ordem", garante ele até hoje, com indisfarçável orgulho. Brigou várias vezes com os dirigentes de seu país e acabou abandonando a Seleção pouco antes da Copa de 1978.
     Cansado de ser perseguido com violência nos gramados espanhóis, onde chegou a ter uma perna quebrada, Cruyff deixou o Barcelona para duas temporadas nos Estados Unidos. Acabou voltando para a Holanda, onde jogou até os 37 anos, sendo apontado como o melhor jogador do país em 1983 e 1984.
     Encerrada a carreira, Cruyff se tornou um técnico de sucesso em dois de seus principais ex-times. Ganhou um título holandês pelo Ajax foi para o Barcelona. Com a equipe catalã, ganhou dois títulos espanhóis, uma Copa do Rei e uma Copa dos Campeões, quebrando ainda o recorde de permanência de um técnico no clube: nove anos. Mas não foi uma época fácil. Sua personalidade forte provocou inúmeros atritos com jogadores como Romário e Stoichkov, que acabou afastado do clube por ordem de Cruyff. Teve ainda um enfarte, que lhe custou uma cirurgia para a implantação de pontes de safena no coração.
     Após isso levou uma vida mais tranquila, apenas cuidando de seus negócios e trabalhava esporadicamente como comentarista.
     Em 22 de outubro de 2015, Cruijff anunciou oficialmente que foi diagnosticado com câncer de pulmão. Ele foi um fumante inveterado ao longo de sua vida, inclusive no período de maior brilho de sua carreira, mas havia parado de fumar em 1991. Morreu vitimado pela doença, em Barcelona, em 24 de março de 2016.
     Sua morte ocorreu em período de data FIFA, rendendo minutos de silêncio imediatos, ou ainda um minuto de aplausos ao longo do minuto 14 de partidas, desde a um jogo entre a Argentina e Chile em Santiago, na América do Sul, ao clássico de Roterdã, entre o velho rival Feyenoord e Sparta. No dia seguinte, houve partida da seleção neerlandesa em Amsterdã, contra a França, repetindo as homenagens ao longo do minuto 14, em que a partida foi paralisada pela organização. O jogo foi no estádio do Ajax; a partida realizada pelo clube no local, em 3 de abril, teve homenagem similar, além de cortejo proveniente do bairro proletário de Betondorp (onde Cruijff crescera) com faixas e imagens do ídolo e participação de alguns ex-jogadores como Edwin van der Sar e Marc Overmars. A partida terminou em 3 x 0 sobre o Zwolle. Antes dela, jogadores das duas equipes vestiram agasalhos com o número 14. O tributo, que levou o filho Jordi Cruijff às lágrimas, incluiu réplicas gigantes de camisas do Ajax, da seleção e do Barcelona.
O Ajax posteriormente anunciaria que o estádio, a então Amsterdam Arena, seria renomeado Johan Cruijff Arena, em divulgação feita no dia em que o craque completaria 70 anos. Curiosamente, Cruijff jamais atuara na Arena, apenas no estádio antigo do Ajax, De Meer (próximo à casa em que vivia na juventude) e ocasionalmente no Olímpico, sede da Fundação Johan Cruijff para prática esportiva a crianças com deficiência.

TODOS OS JOGOS DE CRUYFF PELA SELEÇÃO HOLANDESA

07/09/1966 - 2x2 - Hungria (Roterdã) - 1 gol
06/11/1966 - 1x2 - Tchecoslováquia (Amsterdã) - 0 gol
13/09/1967 - 1x0 - Alemanha Oriental (Amsterdã) - 1 gol
04/10/1967 - 2x3 - Dinamarca (Copenhague) - 0 gol
01/11/1967 - 1x2 - Iugoslávia (Roterdã) - 0 gol
01/05/1968 - 0x0 - Polônia (Varsóvia) - 0 gol
26/03/1969 - 4x0 - Luxemburgo (Roterdã) - 1 gol
07/09/1969 - 1x2 - Polônia (Roterdã) - 0 gol
05/11/1969 - 0x1 - Inglaterra (Amsterdã) - 0 gol
14/01/1970 - 0x0 - Inglaterra (Londres) - 0 gol
02/12/1970 - 2x0 - Romênia (Amsterdã) - 2 gols
24/02/1971 - 6x0 - Luxemburgo (Roterdã) - 2 gols
10/10/1971 - 3x2 - Alemanha Oriental (Roterdã) - 0 gol
17/11/1971 - 8x0 - Luxemburgo (Eindhoven) - 3 gols
01/12/1971 - 2x1 - Escócia (Amsterdã) - 1 gol
16/02/1972 - 3x0 - Peru (Roterdã) - 0 gol
30/08/1972 - 2x1 - Tchecoslováquia (Praga) - 1 gol
01/11/1972 - 9x0 - Noruega (Roterdã) - 2 gols
19/11/1972 - 0x0 - Bélgica (Antuérpia) - 0 gol
02/02/1973 - 3x2 - Espanha (Amsterdã) - 1 gol
22/08/1973 - 5x0 - Islândia (Amsterdã) - 2 gols
29/08/1973 - 8x1 - Islândia (Deventer) - 2 gols
12/09/1973 - 2x1 - Noruega (Oslo) - 1 gol
10/10/1973 - 1x1 - Polônia (Roterdã) - 0 gol
18/11/1973 - 0x0 - Bélgica (Amsterdã) - 0 gol
27/03/1974 - 1x1 - Áustria (Roterdã) - 0 gol
26/05/1974 - 4x1 - Argentina (Amsterdã) - 0 gol
15/06/1974 - 2x0 - Uruguai (Hanôver) - 0 gol
19/06/1974 - 0x0 - Suécia (Dortmund) - 0 gol
23/06/1974 - 4x1 - Bulgária (Dortmund) - 0 gol
26/06/1974 - 4x0 - Argentina (Gelsenkirchen) - 2 gols
30/06/1974 - 2x0 - Alemanha Oriental (Gelsenkirchen) - 0 gol
03/07/1974 - 2x0 - Brasil (Dortmund) - 1 gol
07/07/1974 - 1x2 - Alemanha Ocidental (Munique) - 0 gol
04/09/1974 - 5x1 - Suécia (Estocolmo) - 1 gol
25/09/1974 - 3x1 - Finlândia (Helsinque) - 2 gols
20/11/1974 - 3x1 - Itália (Roterdã) - 2 gols
10/09/1975 - 1x4 - Polônia - (Chorzów) - 0 gol
15/10/1975 - 3x0 - Polônia - (Amsterdã) - 0 gol
25/04/1976 - 5x0 - Bélgica - (Roterdã) - 0 gol
22/05/1976 - 2x1 - Bélgica - (Bruxelas) - 1 gol
16/06/1976 - 1x3 - Tchecoslováquia (Zagreb) - 0 gol
13/10/1976 - 2x2 - Irlanda do Norte (Roterdã) - 1 gol
09/02/1977 - 2x0 - Inglaterra (Londres) - 0 gol
26/03/1977 - 2x0 - Bélgica (Antuérpia) - 1 gol
12/10/1977 - 1x0 - Irlanda do Norte (Belfast) - 0 gol
26/10/1977 - 1x0 - Bélgica (Amsterdã) - 0 gol

48 jogos
33 gols


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